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Ser Gentil vs. Ser Legal: O Poder da Autenticidade nas Relações

Escolher ser gentil é um ato de coragem que transcende o desejo de ser aceito e favorece a autenticidade. A prática constante dessa atitude nos aproxima de relações mais sólidas e verdadeiras, contribuindo para um ambiente de bem-estar e crescimento pessoal e coletivo.
Sumário

No mundo das interações diárias, há uma linha tênue entre “ser legal” e “ser gentil”. Esses dois comportamentos, que muitas vezes podem ser confundidos, refletem abordagens diferentes sobre como nos relacionamos com os outros. Enquanto “ser legal” foca em evitar conflitos e manter uma imagem agradável, “ser gentil” envolve agir com empatia e honestidade, promovendo relações verdadeiras e duradouras. Compreender essa diferença pode transformar a maneira como nos relacionamos e nos enxergamos, favorecendo o crescimento pessoal e o bem-estar coletivo.

O Que Significa “Ser Legal”?

Ser legal geralmente significa seguir convenções sociais para evitar conflitos ou desentendimentos. Essa atitude, apesar de popular, pode se basear em uma superficialidade que prejudica as relações a longo prazo. Em seu livro Os Quatro Compromissos, Don Miguel Ruiz enfatiza que “sempre queremos agradar, mas raramente paramos para questionar se estamos sendo sinceros ao fazer isso.” Em outras palavras, ser “legal” muitas vezes significa:

  • Concordar com os outros para evitar confrontos: esse comportamento pode indicar uma necessidade de aceitação, mas ao evitar expor opiniões próprias, compromete-se a autenticidade.
  • Elogiar superficialmente: elogios vazios são comuns quando se busca ser querido a qualquer custo. Contudo, pesquisas mostram que o elogio genuíno contribui para o bem-estar (Seligman, 2002), enquanto a superficialidade pode gerar desconfiança e desvalorização.
  • Suavizar críticas para não ofender: isso geralmente envolve evitar verdades necessárias para proteger a própria imagem, o que, segundo o psicólogo Marshall Rosenberg, “priva as pessoas de um feedback autêntico que poderia ajudá-las a crescer.”

Essas atitudes podem criar uma sensação de paz momentânea, mas tendem a enfraquecer as conexões e a levar a relações insustentáveis.

O Valor de “Ser Gentil”

Ser gentil é mais do que evitar conflitos; é um compromisso com a verdade, a empatia e o respeito. A psicologia positiva nos ensina que a gentileza promove bem-estar e fortalece laços (Lyubomirsky, 2007). Quando somos gentis, nossos comportamentos refletem integridade e genuinidade, como por exemplo:

  • Defender valores autênticos: pessoas gentis não hesitam em expressar opiniões, desde que isso seja feito de forma respeitosa. Elas reconhecem que cada um possui valores próprios, mas sabem comunicar-se sem impor.
  • Elogiar com sinceridade: elogios verdadeiros refletem uma apreciação genuína pelo esforço e dedicação alheios, criando um ambiente de respeito. Esse tipo de elogio eleva a autoestima do outro e aumenta a confiança mútua (Seligman, 2002).
  • Falar a verdade com compaixão: gentileza envolve a capacidade de expressar críticas construtivas sem perder a sensibilidade, oferecendo ao outro um espelho que possibilita crescimento.
  • Conectar-se com empatia: estudos demonstram que a empatia é essencial para fortalecer vínculos sociais (Batson, 1991). Ser gentil implica ouvir com atenção e se colocar no lugar do outro, gerando uma conexão genuína.
  • Tratar todos com justiça: a verdadeira gentileza é imparcial e respeita as necessidades de cada indivíduo, promovendo um ambiente inclusivo e acolhedor.
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Benefícios de Ser Gentil para a Saúde e Bem-Estar

Estudos na área da Psicologia Positiva mostram que atos de gentileza aumentam os níveis de bem-estar emocional. Segundo o professor Martin Seligman, pioneiro da Psicologia Positiva, a prática da gentileza está associada ao aumento de hormônios do bem-estar, como a oxitocina, que reduz o estresse e melhora a satisfação com a vida. Pesquisas da Universidade de Stanford indicam que pessoas que praticam a gentileza tendem a ser mais felizes e menos propensas à depressão (Lyubomirsky, 2007).

Além disso, ser gentil pode fortalecer a resiliência emocional, ajudando-nos a lidar melhor com desafios. A autenticidade na comunicação e o desejo de ver o outro prosperar gera um ambiente de apoio mútuo, criando um círculo virtuoso de positividade nas relações.

Ser Gentil e Construir Relações Verdadeiras e Duradouras

Escolher ser gentil é, na essência, optar por construir relacionamentos baseados em confiança e respeito. Como explica o filósofo Aristóteles, “a amizade é uma alma que habita dois corpos”, o que só é possível quando existe uma base sólida de verdade e empatia. A prática da gentileza permite que a outra pessoa sinta-se vista e valorizada de forma autêntica, promovendo um ambiente seguro onde cada um pode ser verdadeiramente quem é.

“A amizade é uma alma que habita dois corpos” – Aristóteles

Para construir essas relações, comece a refletir:

  • Estou agindo por conveniência ou por compaixão?
  • Meus elogios são sinceros ou apenas uma tentativa de ser aceito?
  • Quando preciso dar um feedback, consigo fazê-lo de forma construtiva?

Essas perguntas podem nos ajudar a distinguir quando estamos apenas “sendo legais” de quando estamos realmente sendo gentis.

Pratique a Gentileza e Promova a Autenticidade

Gentileza genuína pode ser desafiadora, mas é fundamental para fortalecer o vínculo entre as pessoas. Ao escolher ser gentil, você cria um ambiente onde os outros se sentem seguros para expressar quem realmente são. Como lembra o Dalai Lama, “minha religião é a gentileza”. Este simples conceito pode transformar a maneira como nos relacionamos e influenciar positivamente a sociedade.

“Minha religião é a gentileza” – Dalai Lama

Referências

  • A Ciência da Felicidade: Uma Nova Forma de Entender a Vida. Lyubomirsky, S. – Editora Campus/Elsevier, 2008.Nesta obra, Sonya Lyubomirsky explora a relação entre atos de bondade e bem-estar pessoal. Ela oferece insights valiosos sobre como a prática da gentileza genuína pode não só contribuir para a felicidade, mas também fortalecer relacionamentos duradouros.
  • Os Quatro Compromissos: Um Guia Prático para a Liberdade Pessoal. Ruiz, D. M. – Editora Best Seller, 1997.Don Miguel Ruiz discute aqui como o desejo de agradar pode, muitas vezes, comprometer nossa autenticidade. Ele incentiva uma vida baseada em princípios pessoais, o que está intimamente relacionado com a escolha de ser gentil em vez de apenas “ser legal”.
  • Comunicação Não-Violenta: Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais. Rosenberg, M. B. – Editora Ágora, 2006.Neste livro, Marshall Rosenberg oferece uma abordagem prática para desenvolver uma comunicação autêntica e compassiva. Assim, ele mostra como essa prática é essencial para construir relacionamentos profundos e respeitosos, fundamentados na verdadeira gentileza.
  • Felicidade Autêntica: Usando a Nova Psicologia Positiva para a Realização Plena. Seligman, M. E. P. – Editora Objetiva, 2009.Nesta obra, Martin Seligman, um dos fundadores da Psicologia Positiva, explora o papel dos valores autênticos e das virtudes, especialmente a gentileza, na promoção do bem-estar. Ele destaca como esses elementos podem contribuir para a construção de uma vida mais significativa.
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Por hoje é só e é só por hoje!

Com amor,

Adriana Zabeo

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